Sobre relacionamentos
Falar de relacionamentos é algo bem subjetivo pois, cada pessoa sente e vê de forma diferente. Mas eu quis falar deste assunto por acreditar que, nenhuma história é construída sem passar por algum tipo de relacionamento. É uma arte que iniciamos desde cedo com nossos pais, nossos irmãos (quando os temos), com os colegas de escola, com o (a) primeiro (a) namorado (a) e sua família, com os colegas da faculdade, do trabalho e com as amizades que construímos ao longo da vida.
Sou bastante observadora, seguidora de exemplos construtivos... Eu me espelho em pessoas mais experientes, com trajetórias de sucesso, que tratam o ser humano de forma digna, que respeitam as diferenças, que são éticas nas relações, fiéis a Deus, independentemente da religião. Não vejo outro caminho a ser seguido pra quem quer amadurecer e ser melhor para si e para o outro a cada dia.
Não tem sentido conservar comportamentos inadequados se, a cada dia, temos a oportunidade de crescer, de aprender e ensinar. É preciso ser coerente com os lugares que frequentamos, com as palavras ditas, as renúncias feitas, os livros lidos, os filmes assistidos e as relações mantidas. O outro deve ser fonte de equilíbrio e ensinamentos, não de julgamentos.
Falam muito em relacionamentos perfeitos, em pessoas ideais... Utopia ou realidade? Como já disse: é um algo bem subjetivo! Acredito que a perfeição e o ideal estejam no complemento, na arte de aprender com o outro, em aceitar suas limitações, em contribuir para que ele aprenda o necessário pra que haja harmonia, respeito e compreensão em ambas as partes. O amor deve ser cego? Não! Ele deve enxergar muito bem o outro pra conhecer quem está amando, o caminho que está pisando, as qualidades que precisam ser valorizadas, os trabalhos que precisam ser feitos, os limites a serem respeitados, a troca a ser oferecida.
Estamos aqui para crescer, pra evoluir... Pra escrever nossa história misturada à tantas outras, de forma poética, carinhosa e solidária! O mundo pode ser melhor sim, a partir de nós, de nossa consciência e de nossas atitudes. Precisamos saber olhar para o outro como uma extensão de nós mesmos... E fazemos isto ao cuidar dos filhos com um olhar atento, sabendo quem são suas companhias, dando afeto, carinho e amor, sem gritos ou insultos... Tratando nossos pais e os mais velhos com o respeito e a dignidade que merecem, fazendo nossas escolhas com prudência, cumprindo mais nossos deveres que exigindo nossos direitos. Somos responsáveis pelas consequências de nossas atitudes e palavras e elas não devem prejudicar ninguém, não podem roubar sonhos ou matar vidas. Minha vida é escrita em poesia que fala de dor, perdas, ganhos, alegrias, tristezas, paixão, amor, amizades, bem-estar mas, acima de tudo, de aprendizado! Construir um mundo melhor depende de uma escolha, de uma atitude. Você pode! Você deve! Você merece!
14/03/2014
Um pouco sobre mim
Quando eu olho para trás, vejo tantas coisas que poderiam ter sido diferentes... Eu não tive maturidade pra perder e sofri bastante! Quando amamos demais (ou acreditamos amar), uma vida longe não tem sentido, contamos os minutos, nos arrastamos pelos dias, sem apetite, sem sono, sem sede e com desânimo de sobra, pra trabalhar e viver. Quando isto acontece, é preciso ter amor próprio pra seguir em frente, sem vinganças, sem fantasmas, sem "assaltos". Em nenhum momento eu me vinguei, nem expus os segredos daqueles que passaram pela minha vida. Seria ser "pequena", traiçoeira... Vivi meu luto, sofri cada dor, eu me reservei ao silêncio de minhas lágrimas que caiam compulsivamente. Quis explicações que não vieram, dizer palavras que acabaram ficando guardadas, dei tempo ao tempo e as feridas foram cicatrizando até que eu me vi em paz. Poderia dar aqui qualquer exemplo, mas quis que fosse o meu! Às vezes perdemos tempo demais apegados ao passado, a momentos que não voltam, a pessoas que não merecem nem uma fração do nosso tempo. Não adiantam conselhos, eles não são aceitos e nem praticados. A maioria do ser humano só aprende sozinho, vivendo, enxergando! Não sei dizer se tive sorte ou se foi merecimento o que me fez superar tantas perdas. Mas, chegou um momento em que precisei me decidir por mim... Deixei de guardar lembranças, de ouvir certas músicas, de procurar saber sobre aquele alguém, de tentar afastar quem, de mim, se aproximava e fui me refazendo assim, comigo mesma! Aprendi que relacionamento saudável é aquele que não exige mudanças de mim, não me pede o impossível, não perde a oportunidade de estar comigo, que me abraça apertado, se preocupa quando não estou bem e faz de tudo pra me alegrar. Relacionamento construtivo é aquele que nos dá a liberdade de sermos nós mesmos, que nos impulsiona a alçar voos maiores, que nos respeita, nos compreende, nos acaricia a face, toca diferente em nosso corpo, faz com que queiramos uma vida longa pela frente só pra termos mais tempo pra estarmos juntos. Este relacionamento não nos dá desespero, nem sentimento de perda... Ele nos ensina que, segurança não se conquista, se dá! Ao seu lado sentimos que podemos confiar, nos entregar por inteiros pois, a entrega do outro também será completa. Precisamos de relacionamentos saudáveis, que nos complete, que nos estimule a oferecer o nosso melhor, que seja transparente e leal. Eu não tive maturidade naquele momento, quando me vi roubada, assaltada em meus planos, nas minhas convicções... E aprendi que, imaturidade é um "problema" que resolvemos com o tempo, com lições diárias, com força de vontade pra encarar a vida de frente sem fugir do perigo, do obstáculo. Enfim, amadureci, e muito ainda falta amadurecer. Porque, quanto mais aprendemos, mais precisamos aprender!
Escrito por: Michele (04/04/2014)